Um dos principais pilares na inovação dentro da educação é a participação cada vez mais efetiva dos alunos nos processos de aprendizagem e de decisão.
Nos últimos anos eles deixaram de ser meros espectadores e, desde os primeiros anos de vida escolar, passam a ter um papel mais ativo dentro das instituições.
Neste contexto é que surge o protagonismo infantil, que pode e deve ser estimulado em sala de aula, e traz uma série de benefícios tanto para as crianças e suas famílias quanto para os próprios professores.
Afinal, o que é o protagonismo infantil? Trata-se de colocar a criança ativa na tomada de decisões, como ator participante neste processo. Ela deixa de receber apenas regras já prontas e começa a participar da formação, passa a tomar as rédeas do seu dia a dia. É claro que as questões em que ganha autonomia vão depender de fatores como idade, localização, formação familiar e estrutura escolar. No entanto, algumas questões propostas em sala de aula podem apoiar este processo.
Quais os benefícios?
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Marco Legal da Primeira Infância preveem que é essencial ouvir e incluir os pequenos nos processos de decisão. Alguns dos benefícios que podemos destacar aqui é a formação de seres humanos mais ativos na sociedade, maior senso de responsabilidade, crianças mais ativas e empáticas, desenvolvimento da autoestima e habilidades sociais, além do sentimento de pertencimento àquele espaço.
Tem espaço para o protagonismo infantil na educação?
A resposta é sim! Com planejamento é possível que alunos de diferentes idades assumam papel de protagonistas em suas rotinas. E não basta apenas inseri-las em ambientes de adultos. É preciso deixar claro, em palavras e ações, que ela continua sendo criança, com direitos garantidos, tempo e liberdade para brincar e se desenvolver. No entanto, passa a ter mais autonomia e participação em processos decisórios, ganhando assim mais responsabilidade. A escolha de jogos, a criação em conjunto de regras, os cuidados com o próprio ambiente escolar são algumas atitudes simples que podem ser inseridas no dia a dia da instituição. Reuniões para debates de ações também são essenciais.
Bons exemplos Na Espanha, um projeto inovador deu o tom do protagonismo infantil no país. Criado em 2010, o Caminho Escolar promove a mobilidade autônoma de crianças a partir dos oito anos, de maneira segura e sustentável. O objetivo é que os estudantes façam o trajeto entre a casa e a escola sozinhos, promovendo o uso do espaço público e uma cidade mais amigável às crianças. Já na Escola Emaus de Educação Infantil, em Camaçari (BA), as crianças definem no início do ano letivo um tema que gostariam de estudar ao longo do ano.
Junto com o professor, desenvolvem pesquisas e ações a partir dessa definição. Uma dica para quem quer começar a estimular o protagonismo infantil é a utilização de games educativos, em que a criança define de forma independente o grau de dificuldade, atua sozinha ou em grupo e resolve de forma independente as questões propostas no jogo.
