Desafios da educação em 2024

Desafios da educação em 2024

Já faz quase cinco anos que a COVID abalou nossas rotinas de uma forma inédita, mas as consequências da desigualdade causada por ela ainda afeta o dia a dia de professores, gestores, pais e alunos. Confira quais são os desafios da educação em 2024 e como lidar com eles.

Em 2024, a educação brasileira deverá continuar correndo atrás do tempo perdido, enfrentando ainda desafios que variam de acordo com o contexto educacional e a realidade social de cada unidade escolar.

Um dos obstáculos mais óbvios é justamente a desigualdade tecnológica – como instituição de inclusão e equidade, é dever da escola combater as disparidades educacionais, como o acesso desigual à tecnologia, recursos educacionais e oportunidades de aprendizado.

Neste ano, a tecnologia surge não apenas como aliada do ensino (como acontecia anos atrás), mas também como disciplina obrigatória dos currículos do ensino fundamental e médio. Os benefícios do uso de recursos digitais são diversos:

  • acesso abundante a recursos em diferentes mídias e formatos, permitindo alternativas complementares aos livros didáticos;
  • adaptação do ritmo de aprendizagem e personalização do ensino, especialmente quando falamos de alunos deficientes e/ou com dificuldades/transtornos de aprendizagem;
  • incentivo à colaboração e comunicação, já que as ferramentas digitais facilitam a cooperação entre alunos e professores com mensagens instantâneas, automação de respostas, feedback imediato etc.;
  • desenvolvimento de habilidades do presente, como a navegação online, segurança cibernética, utilização de softwares e leitura e compreensão de conteúdos digitais;
  • mais engajamento dos alunos por conta de aulas dinâmicas, diversificadas e personalizadas;
  • aprendizagem ativa e experiencial, que permite que os alunos simulem ações e tenham contato com o mundo real de forma segura;
  • flexibilidade de acesso, afinal, as tecnologias permitem o acesso remoto a materiais de estudo que estão disponíveis a qualquer momento;
  • preparação para o mundo digital e real. Uma vez integrado à tecnologia, o ensino prepara os alunos para um ambiente offline cada vez mais conectado, repleto de inteligências artificiais e recursos, e ensina habilidades úteis para a vida pessoal e a profissional.

É claro que não se pode levar os alunos a uma sala de informática e esperar que eles realizem tarefas importantes sem a orientação adequada. Em 2024, estaremos lidando com estudantes ainda mais antenados, alfabetizados digitalmente e inseridos no universo virtual; portanto, pesquisas básicas não suprem suas necessidades pedagógicas. É preciso que o uso da tecnologia seja intencional e planejado tendo em mente o futuro que nossos alunos vão construir.

Outro desafio para o ano é o uso de metodologias ativas. A educação brasileira é diversa e cada realidade traz consigo um contexto: algumas escolas têm alta rotatividade de professores; alguns alunos são mais carentes e não têm acesso à informação; há escolas “negligenciadas” pelas autoridades competentes… E, dentro disso, torna-se difícil modernizar e dinamizar o processo de ensino-aprendizagem.

Aqui entram as metodologias ativas, que já são discutidas há anos e já se provaram essenciais para um aprendizado eficaz, mas que nem sempre são realidade. Uma metodologia ativa coloca o aluno no centro do processo e incentiva sua autonomia e sua participação, mas os docentes precisam se apropriar melhor desse método e substituir metodologias defasadas por ele.

As metodologias ativas promovem habilidades essenciais, como a criatividade, o pensamento crítico e a resolução de problemas. Para que elas aconteçam, os professores precisam de formação continuada, apoio técnico e da gestão, e precisam avaliar e dar feedback constantemente para saber se o processo realmente está funcionando. São passos a mais em uma profissão já sobrecarregada, mas o suporte dos gestores e o uso das tecnologias pode facilitar.

Crianças e adolescentes foram grandemente afetados pela pandemia da COVID-19 em se tratando de competências socioemocionais, afinal, com o afastamento obrigatório, eles perderam importantes meses de socialização e desenvolvimento de inteligência emocional.

A empatia, a capacidade de trabalhar em equipe, a autoconfiança e o foco são importantes na vida em sociedade, e percebemos uma grande lacuna no desenvolvimento dessas habilidades. A própria BNCC prevê o trabalho socioemocional em sala de aula, o que acaba adicionando mais um desafio aos educadores, que necessitam de treinamentos, orientações e formações.

Outra pauta em alta, mas para a qual os professores não são bem preparados, é a de direitos humanos e diversidade. Passos já estão sendo dados nessa direção, mas os obstáculos se repetem – acessos limitados, falta de subsídio, descaso.

A escola deve ser promotora do respeito à diversidade, mas, por vezes, nem mesmo ela é diversa ou respeitosa com alunos diferentes. Tal respeito começa na cultura escolar, algo que é promovido desde os gestores até os alunos (e, na verdade, começa nos lares).

Temas como racismo, homofobia, gênero, bullying e consciência de classe podem ser abordados em diversas fases da educação, mas, muitas vezes, nem a própria equipe escolar tem o tato necessário para passar informações e ensinar a tomar atitudes adequadas. Visto que esses assuntos se fazem cada vez mais presentes no dia a dia dos alunos, é vital que a gestão e os governos invistam em transformar a escola num espaço de reflexão, debate e respeito.


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