O que é ludopedagogia e como ela se aplica às escolas brasileiras

Muitas instituições de ensino, seja de forma planejada ou espontaneamente, implementam práticas ludopedagógicas. É natural que isso aconteça porque o lúdico faz parte da natureza da criança. Se for trabalhado de forma sistemática e planejada, o elemento da diversão pode acelerar muitos pontos do desenvolvimento.

Vamos explorar um pouco mais o que é ludopedagogia, como esse conceito pode influenciar a educação e como a BNCC contempla o “brincar”?

De forma mais estrita, podemos tratar a ludopedagogia como um segmento da pedagogia dedicado a estudar a influência do elemento lúdico dentro da educação. Muitas famílias, gestores e até professores ainda veem de forma negativa a mistura entre diversão e educação. Contra esse argumento, há dois pontos que precisam ser destacados:

  • Como destaquei acima, a brincadeira está inserida desenvolvimento da criança. É da natureza dela buscar a brincadeira e o elemento lúdico no mundo. Espera-se que ela trate o mundo dessa maneira.
  • A ludopedagogia não é a inserção da brincadeira pura e simples. Ela deve servir a propósitos pedagógicos e deve estar alinhada às diretrizes educacionais vigentes.

Para complementar esse segundo ponto, gosto muito da definição que Margarete Miyuki de Souza explorou em 2012 no artigo “A importância da ludopedagogia na alfabetização“.

Segundo ela, por meio da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando. Ou seja: o elemento lúdico pode servir a um propósito de formação e construção da pessoa.

Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), “a Educação Infantil precisa promover experiências nas quais as crianças possa m fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar o seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades e indagações. Assim, a instituição escolar está criando oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e possam utilizá-lo em seu cotidiano.” (BRASIL, 2017, p. 41)

Mas e o Ensino Fundamental? Vamos combinar que o lúdico não deveria “acabar” porque a criança passou da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, não é mesmo? Nessa fase, a Base Nacional vem falar da Experimentação. Em vez do professor dar as respostas prontas, ele propõe questionamentos. O aluno exercita a visão sistêmica, observando o cenário, depois, levanta hipóteses, as testa e comprova ou não suas hipóteses. Dessa forma, o aprendizado se torna interessante, atrativo e lúdico.

As referências teóricas para a ludopedagogia têm ficado cada vez mais em voga. Para os profissionais interessados em mais referenciais, recomendo muito o livro Brincar e Suas Teorias, compilação de artigos organizada pela professora Tizuko Kishimoto, uma das grandes especialistas da área. Um dos artigos está disponível para leitura no Google Books.

Nesta apresentação do Prezi, compilei alguns conceitos e autores interessantes para quem busca uma introdução à ludopedagogia!

Ludopedagogia e educação brasileira: é possível implantar essas práticas sem fricções nas escolas brasileiras? Acredito piamente que sim. Como falei acima, muitas delas já investem em práticas ludopedagógicas sem saber. As diretrizes educacionais usadas no País, seja para educação infantil ou os ciclos iniciais do ensino fundamental, estimulam o uso do lúdico dentro da sala de aula.

No decorrer dos próximos posts, quero trazer algumas experiências práticas e possibilidades de aplicação para a ludopedagogia dentro do ensino infantil e básico. Se você tiver alguma experiência para compartilhar, ou se deseja fazer alguma pergunta, estou à disposição. 

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Obrigado pela leitura e até a próxima!

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