Hospitais infantis: ensino, jogos e brincadeiras apoiam a recuperação de crianças

Atividades lúdicas, como jogos e brincadeiras, e intervenções culturais em hospitais infantis aumentam o índice de recuperação de crianças hospitalizadas em até 20%. Esse dado foi citado por Eliana Tarzia, presidente da IPA Brasil (Associação Internacional pelo Direito de Brincar), durante a audiência pública sobre a Lei nº 11.104/2005, no começo de setembro, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A legislação torna obrigatória a instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento de internação pediátrica. A lei leva em conta que brincar é um direito da toda criança, garantido em todos os espaços e condições em que elas tiverem submetidas, ou seja, todos os tratamentos de saúde devem considerar momentos de ludicidade, já que essa é a primeira linguagem a qual os pequenos têm acesso.

Segundo o artigo O lúdico no enfrentamento da hospitalização: percepção da família, fruto da pesquisa de acadêmicas de enfermagem no Hospital Arlinda Marquês, em João Pessoa (PB), lúdico fornece oportunidades para modelar comportamentos da criança, maximizando reflexos positivos e minimizando consequências negativas.

Além disso, jogos e brincadeiras também facilitam os procedimentos de enfermagem, fazendo com que a criança se sinta mais confiável e distraída. As pesquisadoras argumentam ainda que a brincadeira tem o efeito imediato de divertir a criança, que transforma o jogo em instrumento de domínio de situações penosas, difíceis, traumáticas, sentindo-se mais forte e segura para superar situações desagradáveis no hospital.

Impactos de um espaço lúdico em hospitais

Desafios a serem superados

Há uma série de desafios para a promoção de jogos e brincadeiras no ambiente hospitalar. Em relação à existência de brinquedotecas, somente 31 dos quase mil hospitais pediátricos existentes no Brasil contam com esse tipo de espaço, segundo dados da Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBRI).

Outro problema é a falta de profissionais com formação adequada, que saibam lidar com as diferenças de idade e com a complexidade da condição específica de enfermidade. Durante a audiência pública, a presidente da ABBRI, Maria Célia Malta Campos, apontou a falta de prioridade em relação à recreação, que não é encarada como atividade terapêutica.

Além disso, o profissional que cuida dessa atividade tem pouco prestígio, o que desestimula o aperfeiçoamento e a especialização de quem se responsabiliza por essa função. Os profissionais não são apenas brincantes. A função deles é facilitar a adesão do tratamento das crianças com mais calma, poupando a equipe médica e trazendo harmonia entre familiares e médicos, comentou.

E você? Já teve experiência com ludicidade em ambientes hospitalares? Compartilhe conosco. Foto: José Carlos Paiva/Wikicommons

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