Desinformação e a falta de segurança online

No mundo cada vez mais conectado em que vivemos, as crianças têm acesso à internet desde muito cedo. Embora essa seja uma oportunidade para aprendizado e entretenimento, também traz consigo desafios significativos, como a disseminação de desinformação e a falta de segurança online.

O que é desinformação?

A desinformação refere-se à disseminação deliberada de informações falsas, enganosas ou imprecisas, geralmente com o intuito de manipular ou influenciar a opinião pública.

Com o acesso fácil à internet, as crianças estão expostas a um volume cada vez maior de informações, muitas vezes sem a capacidade de distinguir o que é verdadeiro do que é falso. Isso pode levar a uma série de problemas, desde a formação de crenças equivocadas até a propagação de estereótipos e preconceitos.

Além dos desafios da desinformação, a segurança de privacidade e dados das crianças na internet também é uma preocupação crescente. Com a coleta e o compartilhamento de informações pessoais online, é essencial que as famílias estejam cientes dos riscos e adotem medidas para proteger a privacidade de seus filhos.

Efeitos da desinformação na vida das crianças

A desinformação pode ter diversos efeitos negativos na vida das crianças. Primeiramente, ela compromete sua capacidade de tomar decisões informadas. Acreditando em informações falsas, as crianças podem tomar decisões prejudiciais à sua saúde, segurança e bem-estar. Além disso, a desinformação pode afetar negativamente sua saúde mental, alimentando medos infundados, ansiedade e insegurança.

A influência da educação para a cidadania digital

Nesse contexto, a educação para a cidadania digital desempenha um papel fundamental na conscientização das crianças sobre a desinformação.

Ao promover a compreensão crítica da mídia, o pensamento crítico e a habilidade de avaliar fontes de informação, as crianças se tornam mais capazes de identificar e resistir à desinformação.

Através da educação para a cidadania digital, elas aprendem a questionar, verificar fatos, buscar diferentes perspectivas e tomar decisões fundamentadas.

Como as famílias podem se proteger e proteger as crianças em casa?

As famílias desempenham um papel fundamental na proteção das crianças contra a desinformação e a insegurança online. Aqui estão algumas medidas que podem ser adotadas:

  • Comunicação aberta: Mantenha canais de comunicação abertos com seus filhos, incentive-os a compartilhar suas experiências online e discuta os desafios da desinformação de forma aberta e honesta. Estabeleça um ambiente seguro onde eles se sintam à vontade para fazer perguntas e expressar preocupações.
  • Supervisão ativa: Acompanhe e monitore as atividades online de seus filhos. Conheça os sites que eles visitam, as plataformas que utilizam e os conteúdos com os quais interagem. Esteja presente para orientá-los e oferecer suporte quando necessário.
  • Desenvolvimento de habilidades críticas: Ajude seus filhos a desenvolver habilidades críticas, como o pensamento crítico, a análise de fontes de informação, a verificação de fatos e a compreensão de que nem tudo que encontram online é verdadeiro. Incentive-os a fazer perguntas e a buscar informações confiáveis.
  • Estabelecimento de limites: Defina limites de tempo e uso de dispositivos eletrônicos. Estabeleça regras claras sobre o que é permitido acessar online e oriente seus filhos a evitar compartilhar informações pessoais ou interagir com estranhos.
  • Utilização de ferramentas de segurança: Utilize filtros de conteúdo e controles parentais para ajudar a proteger seus filhos contra conteúdos inadequados ou perigosos. Familiarize-se com as configurações de privacidade e segurança das plataformas utilizadas por eles.
  • Educação sobre privacidade: É crucial ensinar às crianças a importância da privacidade online e como proteger suas informações pessoais. Explique-lhes que não devem compartilhar informações sensíveis, como nome completo, endereço, número de telefone ou dados bancários, sem a permissão dos pais ou responsáveis.
  • Configurações de privacidade: Familiarize-se com as configurações de privacidade das plataformas e aplicativos utilizados pelas crianças. Verifique se as configurações estão adequadas para proteger suas informações pessoais e limite a visibilidade do perfil e das postagens apenas para amigos ou contatos de confiança.
  • Senhas fortes: Incentive as crianças a usar senhas fortes e seguras para suas contas online. Explique-lhes a importância de não compartilhar senhas com outras pessoas e de alterá-las regularmente. Ensine também a importância de não utilizar informações pessoais óbvias nas senhas.
  • Uso de aplicações e sites confiáveis: Oriente as crianças a utilizar apenas aplicativos e sites confiáveis, evitando o download de conteúdo de fontes desconhecidas ou suspeitas. Explique-lhes os riscos de clicar em links desconhecidos ou baixar arquivos de origem duvidosa.
  • Orientação sobre compartilhamento de fotos e vídeos: Discuta com as crianças sobre os riscos do compartilhamento indiscriminado de fotos e vídeos. Explique-lhes que, uma vez publicados online, esses conteúdos podem ser acessados por pessoas desconhecidas e utilizados de maneira inadequada. Incentive-as a pensar cuidadosamente antes de compartilhar qualquer imagem pessoal.

A desinformação e a falta de segurança online representam desafios significativos para as crianças na era digital. Através da educação para a cidadania digital e da adoção de medidas de proteção em casa, podemos fortalecer a capacidade das crianças de lidar com a desinformação, promovendo o pensamento crítico, a conscientização e o uso seguro da internet. Ao trabalhar em conjunto, escolas, famílias e comunidades podem capacitar as crianças a se tornarem cidadãos digitais responsáveis e informados.

A TIC Kids, pesquisa que revela dados sobre o uso da internet por crianças e adolescentes, estuda os contextos digital (acesso, habilidades, atividades), social (família, educadores, pares e comunidade) e nacional (economia, inclusão, regulamentações, educação, cultura etc.) em que as crianças estão inseridas na internet. O foco é entender como as crianças entre 9 e 17 anos lidam com riscos e oportunidades online.

A pesquisa de 2022 revelou que um grande motivador para o uso da internet pelos jovens foi fazer novos amigos, mas 20% da amostra da pesquisa adicionou pessoas desconhecidas à sua lista de contatos ou amigos. O risco à segurança nesse contexto é real, visto que essa atitude abre espaço para cyberbullying, exposição, manipulação, risco de roubo de identidade ou insegurança física.

Entre os entrevistados de 11 a 17 anos, 79% afirma ter cuidado com informações pessoais que posta na internet; 77% só usa apps e sites em que confia; e 76% é cuidadoso com os links de vídeos em que clica. Isso já mostra certa atenção em relação aos acessos, o que diminui os riscos de desinformação e insegurança.

58% dos responsáveis pelos entrevistados afirmam que verificam as atividades realizadas por eles na internet, seja por meio do histórico de sites, e-mails e mensagens ou por redes sociais. Esse número tem potencial para aumentar, mas um grande déficit reside também na escolaridade dos pais/responsáveis – os que menos verificam a atividade online das crianças têm até o Fundamental I.

Você pode acompanhar a apresentação dos dados completos da pesquisa neste vídeo ou acessar o relatório integral neste link.

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