Tecnologias educacionais revolucionaram a forma como as pessoas aprendem e interagem com a informação. Elas se tornaram aliadas cada vez mais importantes do processo de ensino-aprendizagem, particularmente desde a realidade causada pela pandemia da Covid-19, quando as escolas foram forçadas a adotar o modelo remoto de ensino sem o preparo e a estrutura necessários.
No entanto, mesmo antes da pandemia, as tecnologias educacionais vêm ganhando força como intensificadoras do aprendizado. Elas navegam entre várias categorias: aulas online, aplicativos, livros digitais, palestras virtuais e sistemas de gestão da aprendizagem. Tais tecnologias transformaram para melhor a experiência da sala de aula e permitiram que os alunos acessassem o conhecimento a partir de diversos momentos e contextos.
Um benefício primário da tecnologia na educação é a capacidade de personalizar as experiências de ensino para cada aluno, especialmente os com deficiência física ou intelectual. Recursos interativos e totalmente digitais ajudam a desenvolver as habilidades sociais e cognitivas de crianças surdas, cegas, autistas e com outras deficiências.
Com a ajuda de algoritmos e aprendizado de máquina, as tecnologias também podem fornecer dados valiosos aos professores sobre a aprendizagem de seus estudantes. As mesmas ferramentas customizam o ensino e garantem a motivação e o engajamento dos alunos, o que resulta em maior aprendizagem.
Outro benefício das tecnologias educacionais é a interação. Os métodos tradicionais de ensino dependem fortemente de aulas pouco interativas, dominadas pelo professor, e grossos livros, que podem ser monótonos especialmente para os alunos das gerações que estão surgindo, os nativos digitais, que desde o início da vida têm contato com a tecnologia.
O uso de gamificação é possível no mundo off-line, mas no online ele é mais fácil de realizar e mensurar. Alguns aplicativos que os alunos podem baixar em seus celulares podem ser usados como acessórios de aula – obviamente, para serem usados no momento ideal. O Duolingo, por exemplo, é um app gratuito que não foi desenvolvido para as escolas, mas os professores de idiomas podem utilizar essa ferramenta como complemento ao ensino escolar, deixando as tarefas de casa mais divertidas e envolventes.
A vantagem para as escolas é óbvia: melhor desempenho escolar, mais atenção da sociedade e do governo, mais investimento público. O uso de ferramentas digitais também pode economizar dinheiro e aumentar a eficácia do ensino, afinal, pode-se reduzir a quantidade de materiais impressos e a necessidade de salas de aula físicas. Algumas plataformas hoje permitem que os professores criem e gerenciem tudo que for virtual: aulas, materiais, recursos e tarefas. A otimização de tempo também é real: um algoritmo de correção de questões de múltipla escolha poupa o tempo do professor, que pode ocupá-lo desenvolvendo melhores aulas ou buscando educação continuada.
Como as escolas podem adotar as tecnologias educacionais?
Alguns passos são importantes antes, durante e depois do processo:
- Avaliação de necessidades
Os gestores precisam entender que necessidades os professores e alunos têm para fazer o investimento tecnológico adequado, que resultará numa melhor experiência de ensino-aprendizagem. Essa avaliação pode ser feita por meio de conversas, entrevistas e questionários ao corpo docente e também aos estudantes para identificar pontos fracos e de melhoria.
- Investir na tecnologia certa
As opções são inúmeras e atendem aos mais diversos tipos de escola e alunos. Escolher a ideal pode ser um grande desafio, mas vale frisar que a melhor opção é aquela que mais se encaixa na realidade escolar. É importante considerar também o nível de suporte técnico que a escola precisará para explorar cada tecnologia ao máximo.
- Treinar professores
Talvez seja o estágio mais crucial da adoção de tecnologias. Vemos escolas com possibilidades, mas cujos professores pouco sabem lidar com as ferramentas tecnológicas adquiridas. Programas de treinamento de produto podem auxiliá-los a aplicar tais tecnologias em suas práticas.
- Apoiar e incentivar
Um ambiente que apoia e incentiva o uso de tecnologia vai funcionar melhor quando a tecnologia é incorporada. A escola precisa permitir o uso, a experimentação e a inovação também dentro das salas e nas práticas docentes, pois isso encoraja os professores a testar novas possibilidades, aplicando também essa didática quando a tecnologia chegar.
- Monitorar e avaliar o progresso
Como qualquer outra iniciativa educacional, é preciso entender o que está dando certo e o que está dando errado com a adoção de uma nova prática de ensino. Definir objetivos claros de aprendizagem é um bom começo, mas eles precisam ser mensuráveis para que toda a equipe escolar entenda para qual caminho seguir e o que deve ser ajustado.
Os resultados serão visíveis se toda a escola conseguir se apropriar das tecnologias educacionais: otimização do tempo para professores, alunos mais engajados, colaborativos, comunicativos, críticos e adaptáveis, e também mais preparados para os desafios que a sociedade cada vez mais conectada pode trazer.