Pedagogia hospitalar: case Hospital Santo Antônio

A pedagogia hospitalar possibilita que crianças e adolescentes hospitalizados continuem estudando, mesmo durante o período em que estão impossibilitados de comparecer à escola.

O Hospital Santo Antônio, de Blumenau, implantou um projeto de pedagogia hospitalar em 2008 e desde então, atende em média 15 crianças por dia. A maioria delas faz tratamentos respiratórios, ortopédicos, cirúrgicos e oncológicos, que têm um período de internação mais longo.

O projeto desenvolvido pelo Hospital Santo Antônio é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Educação de Blumenau (Semed), em parceria com a Universidade Regional de Blumenau (Furb). O objetivo da proposta é garantir às crianças e adolescentes um direito previsto pela Constituição e legislações afins, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). A pedagogia hospitalar é uma alternativa para prevenir o atraso e a evasão escolar.

Além disso, a linguagem lúdica pode contribuir para que os pequenos aprendam de maneira descontraída, o que ameniza um pouco o desconforto do ambiente hospitalar.
 

Ludopedagogia no ambiente hospitalar

Como já citamos no post “Hospitais infantis: ensino, jogos e brincadeiras apoiam a recuperação de crianças“, a ludopedagogia pode acelerar muitos pontos do desenvolvimento infantil. Um dos recursos ludopedagógicos usados pelo Hospital Santo Antônio é a mesa digital PlayTable, que foi adquirida por meio de uma ação voluntária, coordenada pelas pessoas que atuam no projeto de Pedagogia Hospitalar. O Projeto Pedagogia Hospitalar, do Hospital Santo Antônio, é coordenado pela pedagoga Fabiana Goldmann. Ela explica que as atividades desenvolvidas seguem eixos temáticos adaptados, para que o aprendizado se concretize mesmo com as limitações impostas pela internação. As estratégias de aprendizagem focam em jogos, interpretação, memória, raciocínio lógico, contação de histórias e atividades de leitura.
 

Pedagogia hospitalar: cuidados necessários

O ambiente hospitalar requer um serviço de limpeza e desinfecção constante, para evitar a proliferação de bactérias que possam colocar em risco a saúde dos internos. Devido a essa intensa higienização, a vida útil de muitos recursos pedagógicos se torna insatisfatória. Para evitar esse problema, a equipe da pedagogia hospitalar do Hospital Santo Antônio optou pela mesa digital, que é um recurso resistente, inclusive a líquidos, produzido com plástico amortecedor, que absorve impactos e vibrações. A tela utiliza a tecnologia Infrared, que é sensível ao toque humano, mas também reconhece objetos de metal, plástico, feltro, facilitando o uso por crianças com curativos ou gessos.
 

Atuação profissional para a pedagogia hospitalar

Segundo a Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBRI), o número de hospitais que contam um espaço destinado à pedagogia hospitalar é inferior a 50, um índice bem baixo se levarmos em conta que no Brasil existem cerca de mil hospitais pediátricos. Os profissionais que atuam nesses espaços também precisam receber formação adequada. Diversas instituições de ensino oferecem cursos de extensão para oferecer subsídios teóricos e práticos para a atuação em ambientes hospitalares, instituições de saúde e centros de reabilitação. Os pedagogos devem levar em conta eventuais limitações físicas e psicológicas, decorrentes de medicações e da própria internação.

Leve mais conforto e bem estar para seus pacientes.
 

Humanização do ambiente hospitalar

A pedagogia hospitalar pode contribuir para humanizar os tratamentos de saúde, colaborando para aceitação do tratamento e minimizando possíveis traumas, decorrentes do processo. As brincadeiras lúdicas ajudam a levantar a autoestima dos pacientes e fortalecem o vínculo entre a criança, família e equipe multiprofissional do hospital.

Você conhece algum outro case de pedagogia hospitalar?
Compartilhe conosco outros bons exemplos.   Crédito da imagem: Divulgação/Hospital Santo Antônio  

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