Toda criança tem direito ao acesso à educação e faz parte do papel da escola promover a inclusão social. Alunos disléxicos, autistas, deficientes físicos e intelectuais, daltônicos, com transtornos e dificuldades devem ter materiais, ferramentas e dispositivos disponíveis para que possam atingir seu desempenho escolar esperado – dentro também das suas limitações, se houverem – e desenvolverem seu potencial cognitivo e social.
Respeitar as diversidades presentes em uma turma escolar e promover equidade e acessibilidade é o propósito da inclusão escolar, atendendo a diversas demandas de grupos minoritários com necessidades específicas.
Por conta disso, diversas oportunidades têm surgido. Entre elas, as tecnologias educacionais, que são ferramentas, equipamentos ou sistemas assistivos que facilitam a interação, o ensino e a aprendizagem, possibilitando um desenvolvimento pleno. Estudantes com limitações ou que precisam de alguma personalização no ensino são os principais beneficiados porque seu ensino é conduzido da melhor forma para eles.
Nesse grupo se encontram os daltônicos.
O daltonismo é um distúrbio de visão que interfere na percepção das cores. O tipo mais comum é o tricromático, em que a distinção de vermelho, verde e azul, e suas tonalidades, é dificultosa. Outros tipos de daltonismo são o dicromático, em que, entre essas mesmas cores, apenas duas delas são identificadas; e o acromático, em que a pessoa apenas enxerga preto, branco e cinza.
Visando amenizar os impactos do daltonismo e construir uma sociedade justa, acessível e inclusiva, onde daltônicos possam participar ativamente sem se preocupar com a limitação da sua visão, surgiu a ColorADD.Social, uma associação que promove a integração social de daltônicos.
A associação também quer espalhar alertas pela sociedade em prol da causa para formar, apoiar e acompanhar técnicas e projetos de inclusão, especialmente na escola, para que o daltonismo seja detectado precocemente e que as crianças continuem podendo usufruir da escola como espaço seguro e inclusivo com acessibilidade às cores. A ColorADD.Social também busca o fim da discriminação e a prolongação da qualidade de vida dos daltônicos no que diz respeito a autoconfiança, autoestima, independência e autonomia e nas relações interpessoais.
A associação desenvolveu um código de cores “com base nas três cores primárias, representadas através de três símbolos gráficos que, conjugados segundo o conceito básico da adição de cores, permitem a todos as pessoas com dificuldade na sua interpretação relacionar os símbolos e facilmente identificar toda a paleta de cores”, segundo o próprio guia do programa.
Com o código, os daltônicos podem memorizar e identificar as cores em situações do dia a dia, habilidade importante quando a cor é fator de identificação, orientação ou decisão. O Programa ColorADD.Social nas Escolas envolve seis ações:
- Sensibilização: conscientizar a comunidade para o problema;
- Ver e sentir as cores: permitir o contato com a visão daltônica, sentir seus constrangimentos e experienciar a diferença;
- Kit ColorADD Aluno: distribuir o material para os alunos;
- Rastreios de daltonismo: fazer o diagnóstico precoce por optometristas;
- Bibliotecas ColorADD: tornar bibliotecas inclusivas pela cor.
Como a inclusão se dá com todas essas práticas?
A sensibilização vem com ações sobre daltonismo e código de cores que envolve a comunidade escolar, as associações de pais, agentes da educação e a comunidade em geral para alertar sobre as dificuldades que o daltônico enfrenta diariamente, apresentando também o ColorADD como ferramenta de superação de obstáculos.
Ver e sentir as cores oportuniza aos alunos vivenciar e entender a visão daltônica, entendendo suas limitações. Nessa ação também são identificadas crianças com daltonismo que se beneficiarão do código ColorADD.Social enquanto as outras são sensibilizadas sobre a diferença e a necessidade ímpar dos colegas.
A dinâmica é interativa e lúdica: os alunos usam óculos de simulação e lápis de cor para entender como os daltônicos enxergam o mundo. Se houver a identificação do daltonismo em algum dos alunos, a recomendação é que se procure o médico especialista para confirmar o diagnóstico.
As bibliotecas escolares precisam se adaptar também. Essa ação significa referenciar e catalogar os livros seguindo as indicações da Classificação Decimal Universal (UNESCO), um sistema que sugere que cada classe temática tenha uma respectiva cor.
Já os kits são compostos por mochilas, lápis de cor com os códigos da ColorADD e cadernos para colorir com informações sobre o daltonismo. Essas ferramentas permitem segurança na hora de identificar as cores, especialmente em casos em que elas são extremamente importantes.
Pensando na necessidade dos daltônicos, a Playmove desenvolveu um jogo para a PlayTable, que é um jogo de tabuleiro interativo com o círculo cromático em que os jogadores combinam as cartas coloridas com as cores das cartas do tabuleiro. O Tritri inclui o código de cores para daltônicos da ColorADD e permite que os alunos estabeleçam não só relações com as cores, mas com imagens e posições, além de treinar as habilidades de observação, comparação, análise, sintetização, socialização, comunicação e respeito.
Clique aqui e veja como o jogo funciona na prática!
