Normas para o ensino da computação na educação básica

A implantação da computação e das tecnologias passou a ser uma diretriz da BNCC. Em 2022, foi aprovado o parecer CNE/CEB 2/2022, que define as normas para o ensino da computação na educação básica.

O parecer estabelece normas complementares à Base Nacional Comum Curricular, que traz as tecnologias como uma competência de ensino e seu uso junto à inclusão digital. Cabe agora ao Ministério da Educação definir políticas de formação docente e fornecer apoio ao desenvolvimento de currículos e recursos compatíveis com as competências e habilidades, assim como definir a política de avaliação do processo de aprendizagem; e cabe aos estados e municípios iniciar a implementação da nova diretriz.

Ensinar o pensamento computacional permite explorar experiências lúdicas, promovendo interação entre os alunos e proporcionando uma aprendizagem ativa e significativa. Em cada etapa de ensino, é importante que as unidades escolares sigam algumas premissas específicas.

Na educação infantil, é essencial criar e testar algoritmos de forma lúdica, utilizando objetos relacionados ao conhecimento do eu e do corpo, tanto individualmente como em grupo. Isso estimula o desenvolvimento das habilidades de pensamento computacional desde cedo. As premissas são:

  • Desenvolver o reconhecimento e a identificação de padrões, construindo conjuntos de objetos com base em diferentes critérios como: quantidade, forma, tamanho, cor e comportamento.
  • Vivenciar e identificar diferentes formas de interação mediadas por artefatos computacionais.
  • Criar e testar algoritmos brincando com objetos do ambiente e com movimentos do corpo de maneira individual ou em grupo.
  • Solucionar problemas decompondo-os em partes menores identificando passos, etapas ou ciclos que se repetem e que podem ser generalizadas ou reutilizadas para outros problemas

No ensino fundamental, destaca-se o aprendizado sobre a computação como uma área de conhecimento que contribui para a compreensão do mundo atual. Os estudantes são incentivados a se perceberem como agentes ativos desse mundo, capazes de gerar criticidade e impactos sociais, ambientais, culturais, econômicos, científicos, tecnológicos e éticos.

As competências esperadas de alunos do ensino fundamental com as aulas de computação são:

  • Compreender a Computação como uma área de conhecimento que contribui para explicar o mundo atual e ser um agente ativo e consciente de transformação capaz de analisar criticamente seus impactos no mundo;
  • Reconhecer o impacto dos artefatos computacionais e os respectivos desafios para os indivíduos na sociedade;
  • Expressar e partilhar informações utilizando diferentes linguagens e tecnologias da Computação de forma com significado e ética;
  • Aplicar os princípios e técnicas da Computação para identificar problemas e criar soluções computacionais;
  • Avaliar as soluções e os processos envolvidos na resolução computacional de problemas de diversas áreas do conhecimento, sendo capaz de construir argumentações coerentes e consistentes;
  • Desenvolver projetos que façam sentido ao contexto ou interesse do estudante fazendo uso da Computação e suas tecnologias em diversas áreas do conhecimento;
  • Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação.

No ensino médio, o foco do aprendizado está na criação de projetos que investigam desafios do mundo contemporâneo. Os alunos são encorajados a construir soluções e tomar decisões éticas, democráticas e socialmente responsáveis, por meio da articulação de conceitos, experiências, procedimentos e linguagens próprias da computação, em um ambiente colaborativo. As competências esperadas são similares às dos alunos do ensino fundamental.

Assim, para o ensino eficaz da computação, alguns pontos de discussão são relevantes para o corpo docente e a comunidade:

  1. O ensino do pensamento computacional não está apenas relacionado a códigos e computadores

O termo diz respeito à mentalidade de resolução de problemas em conjunto com o pensamento matemático e crítico: envolve discernimento e lógica para definir estratégias de replicação de conhecimento e resolução de conflitos.

As atividades de pensamento computacional têm a ver com a organização de desafios, a identificação de padrões e a definição de ordens para a execução.

  1. Os pilares do pensamento computacional são decomposição, reconhecimento de padrões, abstração e algoritmo

Juntos, eles proporcionam o desenvolvimento da lógica computacional: dividir o problema em partes menores e mais gerenciáveis; identificar características similares entre os problemas para agilizar a resolução; filtrar e classificar os dados, separando elementos essenciais do problema; e criar instruções coordenadas para resolvê-lo.

  1. O pensamento computacional gera diversos benefícios

Seja pelas atividades de metodologias ativas ou pela aprendizagem com ênfase em colaboração, o pensamento computacional desenvolve habilidades e competências relevantes. Com ele, o trabalho interdisciplinar é enfatizado, assim como a curiosidade natural das crianças.

Além disso, essa habilidade é exigida pelos profissionais contemporâneos, e será ainda mais no futuro, quando os estudantes de hoje ingressarem no mercado de trabalho. Estimulando o pensamento crítico e o lógico, a criatividade e a resiliência, estamos incentivando uma geração de profissionais mais prósperos.

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