Como usar tecnologias na escola com a geração de nativos digitais

As crianças de hoje nasceram depois do Google, da Internet e dos tablets. As maiorzinhas não conhecem o Almanaque Abril nem a Barsa, e a Wikipédia é a principal fonte para fazer as pesquisas da escola.

A geração de nativos digitais ensina pais, avós e professores a manusearem dispositivos cada vez mais presentes no cotidiano. Estudiosos em comportamento já identificam duas gerações distintas: a geração Z, nascida entre 1995 e 2009, e a geração alpha, da qual fazem parte as crianças que hoje têm até seis anos. Não há consenso sobre essas barreiras geracionais, que não são tão exatas. Mas é necessário entender que os jovens de até 20 anos têm uma dinâmica de aprendizado diferente e que precisa ser entendido pelos adultos de hoje.

Em entrevista à Agência France-Press, o professor de psicologia Olivier Houdé, do laboratório de Psicologia do Desenvolvimento e Educação Infantil do CNRS-Sorbonne, explicou que não há nenhuma mudança no cérebro, mas que os nativos digitais [diante das telas] têm uma espécie de trem de alta velocidade cerebral que vai do olho ao polegar. Essas crianças usam principalmente o córtex pré-frontal para tomar decisões mais rápidas e se adaptar à multitarefa. Mas isto acontece em detrimento de outra função dessa zona, mais lenta, de distanciamento, de síntese pessoal e de resistência cognitiva, pondera. Por isso, os métodos de ensino  precisam ser urgentemente modificados.

A psicóloga Paula Pessoa Carvalho, especialista em Teoria Clínica Analítico Comportamental pela USP e que deu entrevista ao Portal Terra, propõe que os educadores invistam em atividades dinâmicas, como trabalhos que favorecem a interação com o outro e usem dispositivos tecnológicos.

Entretanto, os pequenos também precisam de outros tipos de estímulos que nenhum gadget pode oferecer: ter contato com a natureza, brincar com outras crianças, correr e escrever, por exemplo. As tecnologias não podem ocupar todo o tempo – e só quem pode fazer esse controle são os pais e os professores.

Em sala de aula, esse desafio de ponderar as atividades digitais e offline inclui principalmente a tarefa de administrar o uso de celulares e tablets trazidos de casa. Uma das soluções é restringir o acesso a esses dispositivos em sala de aula e investir em dispositivos de uso exclusivo na escola, como a mesa interativa da Playtable ou tablets que possuem apenas aplicativos instalados pelos professores.

A postura e o planejamento é, antes de qualquer tecnologia, o segredo de uma boa aula para a geração de nativos digitais.

Uma reportagem da revista Donna, do Diário Catarinense, enumerou algumas dicas para lidar com essas crianças:
– Aprenda a explorar recursos audiovisuais, como projeções de imagens, vídeos e músicas;
– Evite exposições orais longas – não adianta falar mais de 30 minutos seguidos, que as crianças não vão prestar atenção;
– Estimule a interatividade e abra janelas, como na internet; – Seja um mediador: ajude-os a selecionar as informações;
– Atualize-se: não seja um analfabeto digital;
– Use a internet a seu favor: selecione sites e blogs para indicar aos adolescentes, aprenda a usar o Twitter e troque mensagens.

Para nós, que desenvolvemos tecnologia para essa geração de nativos digitais, é interessante conhecer dificuldades e anseios dos professores que têm a missão de educar essas crianças.

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