2023 será praticamente o primeiro ano em que os reflexos da pandemia da Covid-19 estarão superados ou, pelo menos, minimizados. O retorno ao ensino presencial já acontece de forma mais natural, as pessoas estão se reacostumando a viver e trabalhar em sociedade e as crianças que passaram tanto tempo fora das salas de aula podem sentir o gosto do antigo normal novamente.
A escola continua com seu papel vital de acolher e integrar para traduzir a pedagogia na formação de pessoas, afinal, todos os momentos de interação escolar contribuem para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais enquanto prepara as crianças e os jovens para o futuro cada vez mais conectado e digital que viveremos.
Assim, os gestores devem estar preparados para criar um ambiente que favoreça tal formação, para poder também preparar os professores, que farão acontecer dentro das salas. Há muita esperança no início de um ano e a expectativa de um mundo sem pandemia é alta; os pais e alunos podem finalmente abandonar o medo e viver mais tranquilos.
Se faz importante então que a escola seja um espaço de acolhimento e apoio, afinal essa esperança vem marcada por cicatrizes deixadas pelas incertezas dos últimos anos e é possível que muitos alunos queiram expressar o que sentem. Espaços de conversa são incentivados, mas, além disso, as crianças precisam saber que têm um espaço seguro e confiável na escola.
O ambiente influencia imensamente na criação de hábitos, e, por sua vez, na criação da personalidade das pessoas. Ter espaços físicos preparados para atender as necessidades pedagógicas e humanas dos estudantes afeta a forma como eles se sentem recebidos pela equipe escolar. Ambientes que permitam circulação, autonomia, brincadeira e exploração, onde os professores possam interagir com seus alunos livremente são muito bem-vindos.
Cada pessoa sentirá o retorno às aulas de forma diferente, portanto a escuta ativa e a validação do sentimento do outro deve ser parte obrigatória dos primeiros dias de aula. O desafio está em todos os níveis – para famílias, alunos, professores e gestores –, então apenas nos cabe comunicar para entender. Um valor importante a ser considerado, é o respeito pela história, tradições, gostos e ritmo de cada aluno.
Fazer isso pode parecer difícil para gestores e professores que já têm rotinas de planejamento, reuniões, preparações e muito mais, mas a boa notícia é que a tecnologia pode ajudar também na hora de acolher e integrar os alunos. Com ela, é possível expandir canais de comunicação, adaptar currículos, tornar o ensino dinâmico e atualizado e recompor a aprendizagem de forma individual.
As tecnologias educacionais como ferramentas de ensino e materiais de apoio, vão muito além disso, ao promover uma educação centrada nas necessidades de cada pessoa e criar um ambiente educativo imersivo, confortável e acolhedor.
Selecionamos algumas das tendências para 2023 que envolvem tecnologia e abordam as questões integrativas de que os alunos tanto precisam, como:
- Personalização da aprendizagem
Já que cada pessoa aprende de uma forma diferente, faz sentido que a escola se adapte a essa realidade. Um ensino individual, personalizado, “sob medida”, é baseado em usar recursos que consideram os interesses, conhecimentos e dificuldades de cada aluno para desenvolver e aplicar estratégias que desenvolvam seus potenciais. Assim, as tecnologias são aliadas do professor no momento de elaborar planos de aula personalizados por meio de plataformas e da gamificação, por exemplo.
- Inteligência artificial
Também chamada de IA, ela vem para causar mudanças radicais: o objetivo de usar a inteligência artificial é acompanhar o desenvolvimento dos alunos e descobrir padrões de aprendizagem, melhorando as abordagens e técnicas que o professor usa para que elas sejam mais acertadas e atinjam os grupos da forma correta. Há outras aplicações da IA na educação, como chatbots humanizados para o contato com as famílias, que respondem perguntas mais frequentes e encaminham os pais à pessoa que pode responder suas dúvidas.
- Educação imersiva
A realidade aumentada e a realidade virtual (RA e RV) devem ajudar a construir um ensino cada vez mais imersivo. Simular cenários do mundo físico no digital contribui para que os alunos visualizem – e apliquem – melhor o conteúdo. Por meio de tecnologias imersivas, os estudantes podem visitar museus em qualquer lugar do mundo, interagir com estrangeiros nas aulas de idiomas e até se posicionar no meio de uma batalha da Segunda Guerra Mundial.
As escolas e as formas de ensino, estão em constante evolução, assim como as tecnologias, e muitas vezes ambas andam de mãos dadas, uma influenciando a outra para melhor evoluir e se adaptar as nossas condições atuais e futuras.
Pensar nas Instituições Escolares sem recursos tecnológicos é colocar em risco a formação de seres com habilidades de criar, inovar e com a capacidade de resolver problemas e adaptar-se às novas estruturas do mercado de trabalho.
