Arquitetura pedagógica: entenda como funciona o conceito na prática

Em tempos de crise econômica, é comum que muitas famílias reavaliem o orçamento e abram mão de alguns investimentos, como cursos extracurriculares, plano de saúde e escolas particulares. Segundo a Folha de São Paulo, entre janeiro e agosto de 2015, mais de 195 mil alunos migraram das escolas privadas para as públicas, somente no estado de São Paulo.

A Secretaria Estadual de Educação estima que 90% da procura por vagas na rede pública, no ano passado, foi de estudantes oriundos das escolas privadas. A arquitetura pedagógica pode ser um diferencial para as escolas particulares reduzirem custos, ampliarem a qualidade do ensino, captarem novos alunos e superarem a crise, evitando a evasão.

A arquiteta Teresa Rosolem de Vassimon afirmou, durante o workshop “Do espaço escolar ao território educativo“, que precisamos debater urgentemente o território onde a escola está inserida. Segundo ela, o projeto arquitetônico não influencia na matriz curricular das escolas, mas pode propor algumas provocações, como os pátios cobertos e descobertos para atividades e estímulos diferentes.

Você já pensou como arquitetura pedagógica pode criar novas oportunidades educativas para a sua escola?
 

Entenda o que é a arquitetura pedagógica

A doutora Patricia Alejandra Beahar e outros autores, afirmam que a arquitetura pedagógica é um sistema de premissas teóricas que representa, explica e orienta a forma como se aborda o currículo e que se concretiza nas práticas pedagógicas e nas interações entre  professores, alunos e objetos de estudo e conhecimento.  

Você já se questionou como as crianças se sentem no ambiente escolar e como isso pode impactar no seu desenvolvimento? Já pensou sobre como as  crianças do ensino infantil podem se sentir desconfortáveis em espaços desproporcionais ao seu tamanho e que reprimem a autonomia? No livro Vigiar e Punir, o filósofo francês Michel Foucault aborda a arquitetura das penitenciárias e traça um comparativo com o ambiente escolar, destacando a influência psicológica que o ambiente pode causar. Um exemplo disso são os altos muros que ainda cercam muitas escolas, mas que começam perder espaço na arquitetura pedagógica.

A escola pública Presidente Campos Salles, que que fica na comunidade de Heliópolis, em São Paulo, derrubou os muros com arames farpados, que cercavam a unidade escolar. Segundo o diretor da instituição, Braz Nogueira, a segurança da escola não dependia dos muros, então para combater a violência foi melhor derrubá-los.

A atitude promoveu a integração entre a escola e a comunidade e atraiu o interesse das crianças e jovens pelo espaço de arte e educação. O portal ArchDaily defende o debate sobre a arquitetura pedagógica e sua contribuição para promover aprendizado e novas experiências educativas. As crianças aprendem em todos os ambientes, prova disso são os métodos defendidos por pessoas como Maria MontessoriRudolf Steiner e Loris Malaguzzi, que questionaram os espaços onde se educa, justamente porque algumas vezes inibem o aprendizado.  

A arquiteta Sabine Beyer faz uma introdução à arquitetura pedagógica e apresenta vários espaços que podem servir como inspiração para as escolas brasileiras. Nós também estamos produzindo um post para apresentar 5 exemplos do uso da arquitetura pedagógica.

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A sua escola tem uma arquitetura pedagógica? Compartilhe conosco como o ambiente escolar contribui para a aprendizagem.  

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